Uma pesquisa do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês)mostrou que houve um aumento de 70% na taxa de homens com transtornos alimentares nos últimos seis anos. Esse índice corresponde à faixa etária de 41 a 60 anos. Para os especialistas, esse dado se deve à pressão social para a perfeição do corpo, fomentada pelas redes sociais.
O estudo revelou que o crescimento foi de 67% para os que têm de 26 a 40 anos, e de 63% para os que têm entre 19 e 25 anos. Apesar do expressivo aumento na população masculina, a maioria que foi diagnosticada, nesse mesmo período, ainda é formada por mulheres. Os pesquisadores registraram um aumento de 61% para mulheres de 19 a 25 anos e de 76% entre as de meia-idade.
Especialistas em saúde afirmaram ao jornal britânico "The Guardian" que a cultura popular e as mídias sociais pressionam as pessoas a buscarem a imagem de um corpo perfeito. Para contornar os dados atuais, eles disseram ser necessário haver maior conscientização social sobre transtornos alimentares, porque isso pode encorajar os pacientes a falar sobre seus problemas e dificuldades.
De acordo com o médico William Rhys Jones, do corpo docente de transtornos alimentares do Royal College of Psychiatrists, os homens que sofrem de transtornos alimentares sofrem com uma falta contínua de compreensão e solidariedade.
"A pressão para a perfeição do corpo está em ascensão para homens de todas as idades, o que é um fator de risco para o desenvolvimento de um transtorno alimentar. As imagens de corpos masculinos pouco saudáveis apresentados na mídia como ideais pressionam desnecessariamente as pessoas vulneráveis que lutam para serem aceitas por meio das suas aparências", afirmou Jones.
Para a professora Helen Stokes-Lampard, presidente do Royal College of General Practitioners, esse resultado não é surpreendente e também culpou a cultura e mídias sociais. No entanto, ela afirmou acreditar que tem sido mais propagada a ideia de tanto homens quanto mulheres enfrentarem tais enfermidades. Por isso, mais homens estão buscando ajuda.
"O aumento da conscientização entre os pacientes e os profissionais de saúde provavelmente significou que os homens estão começando a reconhecer mais seus sintomas e estão recebendo o diagnóstico, o que significa que eles são mais propensos a ser encaminhados para serviços de transtornos alimentares", frisou.
Como forma de difundir ainda mais na sociedade informações sobre as doenças, Stokes-Lampard explicou que escolas, universidades e empregadores podem ficar mais atentos a alertas de perigo de uma pessoa que está precisando de ajuda.
Fonte: Agência O Globo
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