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Nos últimos anos houve uma grande evolução no conhecimento da imunologia genética e biologia molecular. O maior entendimento dos mecanismos de comunicação celular, como a liberação de fatores de crescimento e hormônios, além do conhecimento dos passos da cicatrização, comprovam que há caminhos naturais do organismo para reverter o fotoenvelhecimento. Sendo assim, os processos de reparação do nosso corpo também podem ser aqueles que evitam e neutralizam o envelhecimento. Nessa linha de raciocínio, tratamentos como o plasma rico em plaquetas (PRP), o microagulhamento, o drug delivery e as células tronco mesenquimais caminham nesta direção.
No 8° 5 ContinentCongress (5CC) desse ano, que foi realizado em Barcelona, foi discutido o tratamento com o PRP para combater a calvície. Eu participei do evento e acompanhei as discussões, o procedimento consiste em retirar o sangue do próprio paciente e separar a fase de plaquetas, que é extremamente rica em fatores de crescimento e pode ser aplicada na pele para o tratamento do envelhecimento, para cicatrização e também para queda de cabelo, chamada de alopecia androgenética. De acordo com vários estudos o tratamento mostrou bons resultados
Aqui no Brasil, foi realizado um estudo piloto com PRP para o tratamento da calvície, na Universidade de Mogi das Cruzes, onde coordeno o Serviço Credenciado de Dermatologia. Para essa pesquisa, foram selecionados pacientes calvos e definidos critérios de inclusão: diagnóstico correto, ausência de doenças sistêmicas, remédios quimioterápicos ou hormonais.
Antes de iniciar o tratamento, os pacientes fizeram exame para estabelecer a quantidade de plaquetas no sangue, que precisaria ser de pelo menos 150.000. No dia do procedimento o sangue do paciente foi colhido e centrifugado, separando a parte vermelha da amarela. Há processos específicos, colocando fatores potencializadores no sangue. A área de calvície foi dividida e uma parte recebeu a fase amarela, que foi aspirada e é mais rica em plaquetas, e a outra parte recebeu soro fisiológico. As regiões receberam injeções intradérmicas uma vez ao mês durante três meses.
Como resultado, tivemos uma melhora mais significativa da calvície do lado que foi aplicado o PRP comparado ao lado que recebeu soro fisiológico. A explicação para isso se relaciona à quantidade de fatores de crescimento na fração plaquetária, que estimulam as células tronco foliculares, facilitando o engrossamento dos folículos e diminuição da queda. O procedimento foi doloroso somente no momento da aplicação e os resultados foram avaliados após três meses do tratamento, concluindo que não existiram efeitos colaterais significativos.
O procedimento com PRP é promissor no combate à calvície, no entanto, há necessidade de estudos sistematizados para estabelecer os parâmetros de quantidade do produto, a frequência, o número de aplicações e a duração dos efeitos. Esse tratamento também tem sido feito para acelerar a cicatrização de feridas e melhorar o fotoenvelhecimento cutâneo. O custo benefício pode ser bem interessante e natural.
FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO
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