Cantora gospel acusada de matar marido vai a júri popular
A cantora gospel Tânia Levy, acusada de matar o marido em 2013, vai a júri popular, segundo decisão da 1ª Vara de Justiça de São Pedro (SP). Ela foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio qualificado. O MP afirma que Tânia teve ajuda de uma pessoa não identificada para cometer o crime, dificultando a defesa da vítima. A cantora recorreu da decisão.
O corpo do guarda municipal Eliel Silveira Levy foi achado dentro de um porta-malas de um carro carbonizado na zona rural de São Pedro em 16 de setembro de 2013. Neste mesmo dia, o irmão da vítima tinha registrado o seu desaparecimento.
A polícia logo começou a suspeitar que Tânia estava envolvida na morte do marido - ela teria matado o guarda depois de descobrir que ele tinha uma relação extraconjugal. A cantora foi presa em julho de 2015. Ela conseguiu ser solta dois meses depois, por conta de um habeas corpus, passando a responder pelo crime em liberdade.
Ao G1, o advogado José Oscar Silveira Junior disse que a defesa já recorreu. "Nós já apresentamos recurso perante ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Vamos aguardar o julgamento. Pode ser que acolha meu recurso e a absolva sumariamente, ou já marque dia para o júri", explica.
O advogado afirma que a cantora é inocente e que a denúncia não tem provas efetivas. "Ela é a inocente, a única prova na qual a acusaçãoo se baseia é o fato de que em uma imagem de de um posto de gasolina no dia dos fatos, teria sido captado um veículo que seria da propriedade dela, o que daria indícios, do ponto de vista da acusação, de que ela teria auxiliado uma terceira pessoa não identificada a praticar o crime. Nós entendemos que todas as demais evidências levam a outras pessoas, mas a acusação focou fortemente nela", critica.
Denúncia
De acordo com o MP, Tânia foi até a a casa onde Levy estava na madrugada de 16 de setembro de 2013 acompanhada de uma pessoa não identificada. Eles teriam matado o guarda lá. Depois, teriam seguido até a zona rural da cidade, onde atearam fogo ao corpo da vítima, e voltaram para casa para tentar destruir as provas do crime.
O irmão de Levy seguiu com a polícia para a casa do guarda no dia do crime e viu marcas de sangue no chão, como se uma pessoa tivesse sido arrastada. Ele prestou depoimento afirmando que o casal brigava sempre e que o irmão tinha sido ameaçado de morte pela cantora anteriormente.
A perícia encontrou manchas de sangue na porta da cozinha e respingos de sangue em garrafas. Outros indícios de sangue foram encontrados com uso de luminol - alguém tentou limpar as manchas.
Tânia negou o crime em depoimento e disse que no dia da morte do marido estava em Sarapuí (SP), na casa do pai. Ela disse que depois de 15 anos de casamento, os dois passaram um mês separados e tinham acabado de reatar na época do crime. Ela afirmou ainda que o marido tinha envolvimento com estelionatos, junto com o irmão, já tinha sido preso duas vezes e já tinha relatado a ela que estava sendo ameaçado por um homem. Este homem teria comprado um carro com o guarda e estava irritado com a demora da transferência do veículo.
Fonte: Correio 24 Horas
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