Reprodução/Facebook + imagem ilustrativa (Divulgação/EBC) |
Porto - Um verdadeiro milagre aconteceu na cidade do Porto, em Portugal, nesta quinta-feira. Um bebê nasceu saudável após a mãe ser mantida viva por cerca de três meses ligada aos aparelhos do hospital. De acordo com o diário português 'Jornal de Notícias', Catarina Sequeira, de 26 anos, teve um ataque de asma e sofreu morte cerebral quando estava grávida de três meses, um dia após o Natal. O bebê, que recebeu o nome de Salvador, nasceu no Hospital de São João, no Porto.
Segundo a unidade, a gestação deveria completar 32 semanas, mas a cirurgia precisou ser antecipada após problemas serem detectados nos últimos exames. O bebê então nasceu de uma cesariana de urgência, com 31 semanas e seis dias. A equipe responsável pelo caso informou que a criança poderia sofrer complicações caso a gravidez fosse mantida até o prazo esperado. Salvador foi entubado logo depois do parto, como é comum em casos de prematuros e evolui bem, apesar de alguns problemas respiratórios.
O recém-nascido, chamado de bebê milagre, só recebeu a visita do pai até o momento. O esperado é que o bebê continue internado por, pelo menos, três semanas no hospital. A avó de Salvador, Maria de Fátima Branco, mãe de Catarina, foi a responsável por decidir manter a gravidez da filha. Ela precisou conversar com a Comissão de Ética do hospital para que a filha fosse mantida viva artificialmente. Toda a família foi chamada à unidade hospitalar para de despedir da jovem após o nascimento da criança.
Maria de Fátima contou à impressa local que a gestação não foi planejada pela filha: "Não foi uma gravidez desejada, mas ela acabou por a aceitar e andava feliz. Sempre falou em ir para a faculdade e viajar antes de ser mãe. Mas aconteceu assim", diz a mãe, que nunca pensou que "o processo fosse tão moroso".
Catarina entrou em coma induzido no Hospital de Santos Silva, em Gaia, após o ataque de asma quando ainda estava com 12 semanas se gestação. Pouco depois, o quadro evoluiu para coma profundo e então decretada a morte cerebral. O corpo da jovem será cremado na cidade do Porto e uma missa de sétimo dia será realizada no dia 3 de abril.
comissão de ética teve de se pronunciar para que o prolongamento da gestação fosse aceita e, como em Gaia não havia cuidados intensivos urgentes, o corpo foi levado para o S. João, onde foi mantido por meio de aparelhos.
Catarina tinha um irmão gêmeo que estava com ela no momento do ataque e segundo familiares, nunca se recuperou do trauma. O irmão mais novo da vítima, João Sequeira, de 22 anos confessa que só foi até à unidade duas vezes em três meses: "Não consigo vê-la ali deitada de olhos fechados!", disse à reportagem local.
Bebês nascidos antes das 37 semanas de gestação será sempre prematuro. "Mas a viabilidade mínima é de 24 semanas. Este caso, com 32 semanas tem mais do que viabilidade, desde que a situação de morte cerebral esteja controlada", explicou o obstetra Luís Graça em entrevista ao "Jornal de Notícias".
As crises de asma de Catarina começaram assim que entrou na adolescência, aos 13 anos. Segundo a mãe da jovem, os episódios eram controlados com algumas idas ao hospital. Além disso, praticava esportes e fazia canoagem acompanhada pelo irmão gêmeo.
A equipe Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) fez um pronunciamento no Facebook, após o nascimento do bebê.
Fonte: O Dia
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